Nasce os Gaviões da Fiel
O Grêmio Gaviões da Fiel foi fundado em 1º de julho de 1969, porém sua ideologia começou a ser pensada antes. Em 1965, jovens Corinthianos se reuniam nas arquibancadas com o objetivo de questionar a vida política e administrativa do Corinthians.
O Grêmio Gaviões da Fiel foi fundado em 1º de julho de 1969, porém sua ideologia começou a ser pensada antes. Em 1965, jovens Corinthianos se reuniam nas arquibancadas com o objetivo de questionar a vida política e administrativa do Corinthians.
Como ainda não possuíam uma sede definitiva, os integrantes reuniam-se em locais distintos, ora na casa de um, ora no consultório de outro, ora numa praça pública. Este grupo se destacava pela paixão ao clube e por possuir características idealizadoras e realizadoras.
A fundação dos Gaviões, em 1º de julho de 1969, ocorreu num momento dramático e marcante para os brasileiros: a ditadura militar. Numa época em que a liberdade de expressão praticamente não existia, estes jovens torcedores iniciam uma cobrança junto a vida política e administrativa de um dos maiores clubes de futebol do Brasil, o Sport Club Corinthians Paulista.
O Corinthians estava sob a administração de Wadih Helu, que durante anos tentou impedir a criação dos Gaviões através de represálias e atos característicos do tempo da ditadura.
Esta perseguição não foi o suficiente para fazê-los desistir e aos poucos foram amadurecendo suas ideias. “Já haviam decidido que no nome da agremiação deveria conter fiel, pois assim já eram conhecidos os torcedores do Corinthians que, mesmo após 15 anos sem ganhar um título sequer, levava multidões ao estádio”.
O Gavião foi escolhido como a ave-símbolo da torcida, por suas características marcantes: voa mais alto, enxerga mais longe, não erra a presa, não possui um predador natural, etc) e por influência da história de uma tribo indígena que na época estava em muita evidência. “A tribo Gaviões vivia no Pará e no final da década de 60, muitos grileiros e posseiros, prevendo a valorização das terras da tribo, com a construção da Rodovia PA 70, passaram a invadi-las. Os índios gaviões reagiram tão violentamente que um trecho ao longo da PA-70 teve que ser interditado pelo Exército, pela FUNAI, Governo do Pará e Polícia Federal até que os gaviões aceitassem sair das terras em volta da Rodovia”.
O que era apenas uma utopia de jovens apaixonados e com pensamentos revolucionários se transformou em realidade: nasceu os Gaviões da Fiel. Porém, a perseguição dos gestores do Corinthians não acabou. Foram muitas as tentativas de eximir as ideias destes jovens.
O que era apenas uma utopia de jovens apaixonados e com pensamentos revolucionários se transformou em realidade: nasceu os Gaviões da Fiel. Porém, a perseguição dos gestores do Corinthians não acabou. Foram muitas as tentativas de eximir as ideias destes jovens.
No entanto, em 1972, a chapa de Wadih Helu perde a eleição para Miguel Martinez, que assumiu o comando do Corinthians. Os Gaviões da Fiel escreve um fato inédito em sua história: a derrubada de um ditador à frente do Corinthians.
Miguel Martinez, mesmo tendo sido apoiado pelos Gaviões da Fiel, tentou influenciar seus fundadores, afim de que eles não pressionassem a nova administração do clube e não colocassem em prática algumas de suas ideias.
Neste momento - julho de 1971 - os Gaviões passam por sua primeira crise política, um dos fundadores aceita a proposta do Corinthians e sai dos Gaviões para fundar uma outra torcida.
Como tudo o que envolve o Corinthians e a paixão de seus torcedores, os Gaviões da Fiel se agigantou e se multiplicou, assumindo rapidamente o posto de maior torcida organizada do Brasil.
A atitude destes jovens começou a incomodar cada vez mais, principalmente quando os Gaviões da Fiel se manifestaram publicamente contra a ditadura militar, abrindo uma faixa em uma partida no Morumbi pedindo: “Anistia ampla, geral e irrestrita”. Tal atitude levou o então presidente dos Gaviões da Fiel à cadeia, pois foi a primeira entidade a se manifestar publicamente contra o regime militar.
Atualmente, o grêmio possui 92.932 mil sócios (em 30 de julho de 2011), que compartilham da ideologia Gaviões da Fiel.
A atitude destes jovens começou a incomodar cada vez mais, principalmente quando os Gaviões da Fiel se manifestaram publicamente contra a ditadura militar, abrindo uma faixa em uma partida no Morumbi pedindo: “Anistia ampla, geral e irrestrita”. Tal atitude levou o então presidente dos Gaviões da Fiel à cadeia, pois foi a primeira entidade a se manifestar publicamente contra o regime militar.
Atualmente, o grêmio possui 92.932 mil sócios (em 30 de julho de 2011), que compartilham da ideologia Gaviões da Fiel.
FUNDADORES E PRESIDENTES
Fundadores
A primeira ata do Grêmio Gaviões da Fiel Torcida foi lavrada no ano de 1969 e assinada por:
Flavio Garcia La Selva
Alcides Jorge de Souza Piva (Joca)
Cláudio Faria Romero (Vila Maria)
Orlando Rosato (Rosinha)
Carlos Marino Chagas (Manchinha)
Igor Dondo
Francisco Malfitani (Chico)
Carlos Augusto Saraiva (Linguiça)
Artur Timerman
Brasil de Oliveira
Ivan de Oliveira
Benedito Amorim (Lampião)
Presidentes
1969/1971
Flavio Garcia La Selva
1971/1973
Alcides Jorge de Souza Piva (Joca)
1973/1975
Andres Moreno Castilho
1975/1977
Júlio Cesar de Toledo
1977/1979
Roberto Daga
1979/1981
Tadeu Aparecido de Souza Piva
1981/1983
Luiz Antonio Achôa Mezher (Magrão)
1983/1985
Avelino Leonardo Gomes (Bigode)
1985/1987
José Lucas Amaral da Silva
1987/1989
Ariovaldo Aparecido da Silva (Ari)
1989/1991
Luiz Antonio Achôa Mezher (Magrão)
1991/1993
Alex Simão Araújo
1993/1995
José Claudio de Almeida Moraes (Dentinho)
1995/1997
Paulo Romano (Jamelão)
1997/1999
Douglas Deungaro (Metaleiro)
1999/2001
José Cláudio de Almeida Moraes (Dentinho)
2001/2003
Marcelo Caetano Carreiro (Pancho)
2003/2005
Ronaldo Pinto
2005/2007
Wellington Rocha (Tonhão)
2007/2009
Herbert César Ferreira
2009/2011
Eduardo Araújo Fontes (Panchinho)
2011/2013
Antônio Alan Donizete (Doni)
IDEOLOGIA
Gaviões da Fiel: Uma História escrita por mais de 90 mil mãos.
O ano é 1969. A ditadura militar reprime, prende e assassina sem piedade. Nas ruas, os estudantes pedem o fim do regime de opressão. Clamam por anistia ampla e geral. O medo é total. Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição; de morrer pela pátria e viver sem razão. Quase tudo é proibido.
O ano é 1969. Surge o Mobral e a Rodovia Transamazônica. As grandes obras faraônicas vão sendo construídas e ao mesmo tempo calando a voz do povo.
O ano é 1969. A Seleção Brasileira de Futebol consegue uma vaga para a Copa do México e Pelé comemora os seus mil gols.
O ano é 1969. São Paulo, Capital. Alguns jovens corinthianos resolvem fundar aquilo que viria a ser mais tarde a maior Torcida Organizada do Brasil: OS GAVIÕES DA FIEL. Mas por que isso? A resposta já estava pronta, para por fim na ditadura que também predominava no CORINTHIANS.
E o motor gerador desses jovens era a paixão pelas coisas do TIMÃO. Mas tudo começou mesmo lá pelos anos de 1965. Eles já não aguentavam mais tanto pouco caso. Tanto desrespeito e falta de competência. Era chegada a hora.
Uma reunião aqui, outra ali e o grupo ia crescendo, dando origem ao Movimento Revolução Corinthiana. Muitas foram as pessoas que os ajudaram. No início não havia local para fazer reuniões. Um dia na casa de um. Outro dia no consultório de um corinthiano amigo. Sendo que alguns dias as reuniões se davam numa praça ou em alguma rua da capital.
O ideal daqueles jovens ia se tornando realidade. A amizade já se tornara fraternidade. Tudo era discutido e decidido em grupo. A finalidade era de colaborar com a vida do clube, não só incentivando o time mas também, participando efetivamente da vida política administrativa do Sport Club Corinthians Paulista.
Logo no início ficou claro que esses jovens possuíam uma visão questionadora e participativa. Os líderes começaram a surgir de maneira muito natural. Havia o "cabeça pensante", aquilo que costumamos chamar de intelectual do grupo. E também aquele que punha a cara e saía na frente. O chamado "guerreiro valente". Portanto, os GAVIÕES DA FIEL, desde seu início já possuía em sua raiz o pensador e o prático. E foi da união dessa teoria e prática que ela se estruturou e se agigantou. Hoje são milhares de Corinthianos, vestidos de GAVIÕES. É a maior torcida organizada do país. Mas para chegar aonde chegou foi preciso muitas lutas. Batalhas intermináveis. Mas sempre com seu objetivo principal: o CORINTHIANS.
O tempo foi passando e a história foi registrando que quando se fala em torcida corinthiana pensa em GAVIÕES DA FIEL , aquela que lidera os espetáculos nos estádios e no Carnaval (...). Graças a soma dessas duas atividades, as vitórias foram surgindo automaticamente. Hoje os GAVIÕES divide os primeiros lugares no Carnaval de São Paulo, com as maiores escolas de samba do Grupo Especial. Só não é líder isolada porque o medo dos adversários é maior. Os GAVIÕES nasceram não para competir, e sim para disputar e vencer. Ser GAVIÃO é isso aí: ser ou não ser o primeiro.
Em outubro de 1974, outra vitória: a conquista da sede social. Local designado para aqueles que sabem que a vida é a arte do encontro. E o encontro maior é quando milhares de GAVIÕES se reúnem para falar do CORINTHIANS. A razão maior da existência dos GAVIÕES DA FIEL.
Quarenta e dois anos se passaram e ela continua cada dia mais atuante, mais cheia de vida e com perspectiva de um futuro ainda melhor.
Passadas quatro décadas só resta agradecer à todos que ajudaram a escrever a história da maior e melhor Torcida Organizada do país: os GAVIÕES DA FIEL.
Texto escrito por Roberto Daga – sócio fundador nº 03